Retrospectiva 2010

E 2010 chegou ao fim. Ano de Copa do Mundo sempre passa mais rápido! E para brindar a chegada de 2011, o Futebol e Mulher preparou um top 10 dos momentos mais marcantes do mundo do futebol em 2010.


10. Eliminado - de novo



A maldição das oitavas-de-final para o Real Madrid continuou em 2010. O time não passa desta fase desde 2004. Desta vez, o carrasco foi o Lyon, da França, que empatou com os galáticos dentro do Santiago Bernabéu por 1 a 1 depois de fazer 1 a 0 em casa. O milionário time de Cristiano Ronaldo, Iker Casillas, Kaká, Higuaín, Sérgio Ramos e Xabi Alonso teve ainda de assistir a uma final onde as grandes estrelas eram dois chutados do Bernabéu. Wesley Sneijder e Arjen Robben levaram seus times, respectivamente Internazionale e Bayern de Munique, à decisão da Liga após saírem pra abrir espaço para as super-contratações merengues. É duro ou não é?

9. A cavadinha que consagrou o Rei do Rio



Em 2010, o Botafogo poderia ter chegado a sua quinta final consecutiva no Campeonato Carioca. Depois de três vices para o Flamengo, as perspectivas não eram assim tão otimistas. Após começar com o pé esquerdo, perdendo e goleada para o Vasco, em casa, o Botafogo sagrou-se campeão da Taça Guanabara como azarão. Poderia ter chegado à final do Carioca, mas não foi nem preciso. Os comandados de Joel Santana lavaram a alma contra o Império do Amor flamenguista na final do Carioca e acabaram com o domínio de três anos do rival. Na cavadinha de Loco Abreu, a coração de Joel Santana, legítimo rei do Campeonato Carioca. Título de turno e returno, o que não acontecia desde 1998, com o Vasco, e alívio. Sai, zica!


8. Corra que os meninos da Vila vem aí 33 1/3



O primeiro semestre de 2010 no futebol brasileiro teve um dono: Santos. Com Neymar, André, Robinho e Paulo Henrique Ganso comandando a trupe, o Peixe levou o Paulistão e a Copa do Brasil, e encantou o país. Infelizmente, o time de futebol maroto da nova geração de meninos da vila acabou desmontado no segundo semestre, e o Santos ainda perdeu Ganso, lesionado. Mas fica o registro daquele que foi o melhor time da primeira perna do ano.


7. Abu-tira-bi



Quase 10 mil colorados foram para Abu Dhabi prontos para festejar o bi-campeonato do Mundial. O Inter abdicou de disputar o Brasileiro com vontade para se dedicar exclusivamente ao interclubes da FIFA e, com a crise na Internazionale, o título parecia mais certo do que nunca. O que o Inter não contava era com um pedregulho em seu caminho chamado Mazembe. O time da República Democrática do Congo, campeão da África, eliminou o Pachuca do México, considerado terceira força no Mundial, e, contra todas as expectativas, tirou, pela primeira vez na história, um time sulamericano da final. Decepção colorada, festa nerazzurri. A Inter não tomou conhecimento dos congoleses e levou o Mundial com tranquilidade. A medalha de bronze voltou como um fardo no pescoço dos colorados.


6. Nostradamus dos tempos modernos



Nem Messi, nem Iniesta, nem Xavi, nem Kaká. A grande estrela da Copa do Mundo da África do Sul sequer estava no continente africano. O polvo vidente Paul, de um aquário na Alemanha, previu todos os resultados da seleção alemã, além da final, entre Espanha e Holanda. Ficou famoso, virou celebridade e faleceu três meses após o fim da Copa, no auge da sua carreira de Nostradamus.


5. Internazionale de Mourinho Milão



A Inter teve um ano quase perfeito. Ganhou o Italiano, a Copa da Itália e a Liga dos Campeões no primeiro semestre, e encerrou o ano com o título do Mundial de Clubes, além de ter levado também a Recopa da Itália. Tudo azul (e preto), não fosse pelo péssimo começo de temporada no Italiano e a crise que acabou derrubando o técnico Rafael Benítez, substituto de Mourinho, somente seis meses depois de assumir - mesmo com a conquista em Abu Dhabi. Wesley Sneijder, Samuel Eto'o, Diego Milito, Maicon, Lúcio, Júlio César e Javier Zanetti foram alguns dos destaques da equipe de José Mourinho, que derrubou, inclusive, o poderoso Barcelona para chegar à final da Liga dos Campeões.


4. La mano de Diós 2.0



Em uma Copa que ficou devendo em emoção, o grande momento talvez tenha acontecido na despretensiosa partida entre Uruguai e Gana. Despretensiosa porque ninguém esperava que um dos momentos mais inesquecíveis da Copa saísse justamente do jogo entre os azarões da Copa. O último suspiro do bom atacante uruguaio Luís Suarez ao impedir - com as mãos - um gol de Gana nos minutos finais da partida, válida pelas quartas-de-final, tinha tudo pra ser o fim melancólico da Celeste na Copa do Mundo. Expulso e com um pênalti contra, Suarez deixou o campo aos prantos. Mas a mão de Deus atacou novamente e Asamoah Gyan, melhor jogador de Gana, mandou o carimbo para a primeira semifinal de Mundial da história para uma seleção africana no travessão do goleiro Muslera. Do lado de fora do campo, Suarez viu seu time levar o jogo para os pênaltis e sair de lá classificado para a semifinal. Último bastião sulamericano na África do Sul, o Uruguai acabou em quarto, melhor colocação dos hermanitos desde a Copa de 70. Diego Forlán deu show e levou o prêmio de melhor jogador da Copa. Loco Abreu não jogou muito, mas repetiu a famosa cavadinha na derradeira disputa contra Gana. Foi um belo Mundial para a Celeste.


3. Melhor(es) do mundo



Não tinha como deixar o impossível e inacreditável Barcelona de fora da lista. O time de Pep Guardiola não levou o título máximo do ano, a Liga dos Campeões, mas foi o campeão espanhol e teve sete jogadores na seleção campeã do mundo. Mas se 2010 não foi perfeito, 2011 promete começar com tudo. Líder do atual campeonato, o Barcelona vem dando espetáculo atrás de espetáculo. Um escorregão em casa para o recém-promovido Hércules foi tudo o que a equipe catalã fez de errado até aqui. Depois disso, goleadas e mais goleadas, incluindo um histórico 5 a 0 sobre o também poderoso Real Madrid, que saiu do Camp Nou parecendo time pequeno. Os baixinhos Xavi, Iniesta, Dani Alves, David Villa e Pedrito colocaram o pé no acelerador com vontade e estão deixando o mundo de queixo caído. Mas nada se compara ao espetáculo de Lionel Messi, que confirma, novamente, que é o melhor jogador do mundo.


2. O bi que virou tri da noite para o dia



O Fluminense, comandado pelo quase-Mourinho brasileiro, Muricy Ramalho, saiu da fila de 26 anos de espera e conquistou o apertado Campeonato Brasileiro de 2010. Depois de anos de domínio paulista, pelo segundo ano seguido uma equipe carioca faturou o título. O grande destaque da equipe, entretanto, não foi tupiniquim. O argentino Darío Conca, que jogou todas as partidas do campeonato, dominou tudo de ponta e ponta e foi escolhido craque do Brasileirão. Mas o título tricolor valeu por dois e virou tri quando a CBF decidiu unificar todas as conquistas de 1959 à 1970, reconhecendo a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa como campeonatos brasileiros. Assim, o Flu tornou-se campeão de 1984, 2010 e também de 70. Quem comemorou também foram Santos e Palmeiras. De bi e tetra, respectivamente, os dois se juntaram no topo das conquistas brasileiras e se tornaram octacampeões. O São Paulo, até então maior vencedor, caiu para terceiro. O então campeão Flamengo, que teve um ano complicado tanto dentro quanto fora de campo, ainda encerrou 2010 com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, oficialmente colocando o Rubro-Negro como pentacampeão. Bahia, Cruzeiro e Botafogo foram os outros clubes que tiveram seus títulos na década de 60 reconhecidos.


1. Fim da espera



Com um gol chorado, já no segundo tempo da prorrogação, a Fúria Roja sagrou-se, enfim, campeã mundial. A final entre as duas maiores praticantes do morrer na praia foi tensa, violenta e longa demais. Mas Andrés Iniesta, que chegou machucado à África, pôs fim à espera espanhola e coroou uma geração talentosa que pôs fim na fama de não-ganha-nada e a Espanha, enfim, pôde colocar uma estrela dourada na sua camisa vermelha furiosa.
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Futebol&Mulher também é cultura: A invasão estrangeira no Brasil e o Athletic Bilbao

Não é que jogador estrangeiro fazendo sucesso no Brasil seja novidade, mas é inegável que o fenômeno da sulamericanização do futebol brasileiro ganhou força nos últimos anos. Típico exportador de talentos e produtor em massa de jogadores, o futebol nacional começou a sofrer com a emergência de turcos, árabes, russos, cazaques e semelhantes, todos com ligas pouco atraentes, mas muito dinheiro no bolso. A competição ficou desigual. Já não se tratava mais somente de grandes clubes europeus levando embora nossos maiores talentos - de repente, qualquer clube meia-tigela proveniente de um fim de mundo aleatório chegava aqui e carregava embora nossos talentos mais-ou-menos (mais pra mais ou mais pra menos passou a não fazer diferença). Tentando equilibrar a situação, e ganhar de volta um certo prestígio capaz de tornar o mercado interno mais atraente do que os petro-mafio-dólares, o Brasil, que nunca foi muito, de maneira geral, de crescer o olho para terras hermanas (orgulhoso que é) passou a aproveitar sua condição de potência econômica e vitrine mundial para ir buscar nos países sul-americanos a solução para o seu drama.

O resultado disso é que quase todos os grandes clubes brasileiros possuem, hoje, pelo menos um jogador estrangeiro, em sua maioria sul-americanos. Se Carlito Tévez como Craque do Brasileirão em 2005 foi doído em muita gente ('mas poxa vida, um argentino?'), apenas cinco anos depois a ideia já está muito bem assimilada, não soa mais como absurda e ofensiva, não fere mais o orgulho tupiniquim. A ponto de, em 2010, os três grandes candidatos a craque da competição serem argentinos (Montillo, do Cruzeiro, Conca, do Fluminense, e, correndo por fora, o não menos talentoso D'Alessandro, do Internacional). Quem imaginaria, há alguns anos atrás, o dia em que o Brasil veria hermanos dominando, com sobra, meio-de-campos pelo país a fora? Há anos clubes como Boca Juniors, River Plate e América do México, entre outros gigantes sul-americanos, vasculham todo o continente em busca de talentos. Seus times são grandes misturebas latinas, jogadores que, desde muito novos, transitam entre países como se não estivessem cruzando fronteiras. A do Brasil sempre foi aquela mais difícil de ser vencida, a que se impunha como um obstáculo a ser batido. Pois não mais. O custo-benefício desses jogadores, que geralmente são mais baratos em todos os sentidos do que a maioria dos brasileiros, provou-se vantajoso e o Brasil, enfim, desfruta da sua posição privilegiada diante do restante da América Latina (com exceção provavelmente do México, que, se não tem um campeonato tão disputado e qualificado quanto o brasileiro, ainda oferece os maiores salários) também no mercado do futebol.

Esta pseudo-invasão estrangeira é ainda um fenômeno mínimo se compararmos ao que acontece há décadas na Europa. A Internazionale de Milão, campeã da Champions League na última temporada, foi a campo sem um único italiano no time (pra não dizer que não entrou ninguém, Marco Matterazzi participou dos minutos finais e distribuiu algumas bordoadas, só pra não perder o costume). Casos assim são extremamente comuns e, por mais que a UEFA demonstre uma certa preocupação com o possível enfraquecimento do futebol europeu devido ao elevado número de estrangeiros nas ligas, nada de muito significativo é feito além de cotas marotas e facilmente contornadas aqui e ali. Isto ganha projeção também na formação das seleções nacionais, que cada vez vê o número de jogadores naturalizados aumentar. Os brasileiros, naturalmente, são campeões nas naturalizações.

O que não é tão comum assim são os clubes que, nadando contra a correnteza, escolhem preservar suas raízes nativas, aceitando somente jogadores locais, custe o que custar. Que se tenha conhecimento, existem apenas três clubes nestas condições no mundo, com regras que proíbem a contratação de qualquer atleta estrangeiro. O Saprissa, da Costa Rica, e o Chivas Guadalajara, do México, são dois deles. Mas o caso mais interessante talvez seja o do Athletic Bilbao, terceiro clube mais vitorioso da Espanha, que há anos não sabe o que é conquistar um título expressivo e vive entra a zona de rebaixamento e uma modesta vaguinha na Copa da UEFA, mas não abandona sua ideologia.

Maior clube do País Basco, o Bilbao não aceita em seu elenco jogadores que não sejam originários da região. Inicialmente, somente atletas nascidos nos arredores poderiam se juntar ao clube, mas, como a situação foi ficando cada vez mais complicada, o Athletic abriu exceções para pessoas com ascendência basca, mesmo que nascidos em outros países ou regiões da Espanha. Caso, por exemplo, do francês Bixente Lizarazu, nascido na parte francesa do País Basco.

Curiosamente, o Athletic foi fundado por imigrantes britânicos. Entretanto, devido a reclamações dos rivais, o clube passou a empregar a regra dos bascos. Seu grande rival, o Real Sociedad de San Sebastián, aboliu sua exclusividade basca em 1989 ao contratar o irlandês John Aldridge, ídolo do Liverpool, que mais tarde se tornaria também treinador do clube basco.

Durante a ditadura franquista, que oprimia as diversas culturas existentes dentro do território espanhol em prol de uma cultura nacional, unificada, baseada em Madrid, o Athletic tornou-se um ícone da resistência basca. Sua política de jogadores firmou-se como um símbolo de aliança inabalável às crenças do povo basco e aos seus costumes, bem como à luta separatista. O estádio do clube era um dos poucos lugares onde a língua local, Euskara, proibida durante a ditadura, podia ser abertamente utilizada. Tudo isto só fez crescer o orgulho regional, o que, por sua vez, tornou o Athletic praticamente irredutível em seus princípios.

O Athletic foi o último clube da Primera Liga a aceitar estampar patrocínio na sua camisa, o que só aconteceu em 2008. A partir de então, deu lugar a petrolífera Petronar, obviamente de origem basca. Durante a Copa da UEFA 2005, o clube chegou a fazer propaganda do Governo Basco na camisa, com a mensagem Euskadi, que significa Pátria Basca. O primeiro negro (também descendente de bascos) a jogar pelo Bilbao foi integrado à equipe apenas em 2009. Os diretores argumentam que o clube não incentiva os grupos separatistas ou faz propaganda em favor dos mesmos, mas não se manifesta de maneira particularmente contrária quando, não raramente, propagandas de grupos extremistas aparecem em meio aos torcedores, dentro do estádio.

A representatividade do Bilbao na história do futebol espanhol é enorme. Um dos únicos três clubes a jamais terem sido rebaixados (além de Real Madrid e Barcelona), o Athletic é também um dos únicos dois clubes (o outro, o Real Madrid) a ser campeão invicto, além de ser o detentor da maior goleada da história da Liga (um 12x1 sobre o Barcelona, nos anos 30). O maior artilheiro da história do campeonato espanhol, Telmo Zarra, era do Athletic. Telmo foi o primeiro jogador a ganhar o troféu Pichichi, dado ao artilheiro da Liga espanhola. O troféu tem esse nome em homenagem a Rafael Moreno, atacante que morreu de tifo aos 29 anos, e era conhecido como "pichichi" - ele, também, jogador do Athletic Bilbao.

Nos últimos anos, muito por conta das suas auto-impostas regras, o Athletic tornou-se um clube de cantera: descobre grandes talentos que logo partem para outros clubes com maiores ambições. O conhecimento geral de todos das exigências do clube em relação a ascendência dos seus jogadores faz com que os preços destes atletas, para o Athletic, suba imensamente, fator este que pesa demais no já limitado orçamento do clube. Por estes motivos, a pressão para que o Athletic ceda ao efeito dos insucessos e acabe com sua política de contratações é grande. Alguns dirigentes acreditam que este é um desfecho inevitável se o clube quiser, algum dia, voltar a mirar voos mais altos. Mas o presidente garante que prefere ver o Athletic Bilbao rebaixado a ter de aceitar jogadores "estrangeiros" no seu clube.

Dois jogadores do Bilbao estavam entre os campeões mundiais em 2010: Javi Martinez e Fernando Llorente (ambos já nas listas de pretensões de vários clubes pela Europa, o que sugere que provavelmente não irão durar muito tempo no País Basco). A conquista espanhola representou muito mais do que o fim da fila para uma seleção acostumada a nadar, nadar, nadar e morrer na praia. A Copa do Mundo levou aos espanhóis um sentimento de unidade e pertencimento que há muito tempo o país não via. A repercussão disso, claro, chegou até o Bilbao, que passou a considerar com mais atenção a imposição da sua regra.

Para alguns, romantismo irresoluto; para outros, apenas orgulho teimoso. O fato é que nestes tempos de futebol globalizado, a situação de clubes como o Athletic Bilbao torna-se ainda mais interessante. A pergunta que fica, porém, é até quando o Athletic Bilbao vai conseguir se manter firme, sobrevivendo na base do princípio, nadando contra a corrente?
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Já que estamos nesse clima de eleição...


Nesse clima de eleição (que GRAÇAS A DEUS ACABOU), resolvi atualizar o blog. O post, originalmente, era imparcial, analisando a lista de indicados à melhor do mundo pela FIFA. Mas resolvi fazer um POST-CAMPANHA. Eu adoro o Forlán; acho que o Sneijder e o Robben fizeram uma temporada incrível; o Iniesta é um monstro mesmo tão pequenino; o Özil e o Müller são nomes que com certeza vão brilhar muito ainda; o Schweinsteiger e o Xabi Alonso são jogadores de fina categoria, que não aparecem todo dia. MAS eu tenho meu preferido e ESPERO QUE ELE VENÇA MESMO.

O Xavi é um dos melhores jogadores do mundo. Todo mundo sabe (ou deveria saber) isso. Como eu falei no Futebol e Mulher, ele tá ai, na labuta, fazendo o dele da melhor forma possível: é titular incontestável da atual campeã mundial e de um dos maiores clubes do mundo. Tem um currículo invejável. Mas teve o “azar” de estar no mesmo time que o Messi que, além de jogar tudo e mais um pouco, tem um mundo de publicidade atrás dele. Pro argentino fazer aquelas jogadas dele, os gols, ele precisa do Xavi e do Iniesta no meio-campo. Com 30 anos, o Xavi ainda tem aquele jeito de garotão, mas começa a sentir o peso do tempo. O tendão de Aquiles começa a reclamar de todos os jogos em que foi titular no Barcelona, a falta de pré-temporada por conta da Copa do Mundo e o ritmo pesado do Mundial. Mas o futebol tá lá.

Como eu falei no Futebol e Mulher [2], eu acho que o prêmio de Melhor do Mundo da FIFA tem que ir pro monstro de 1,70m chamado Xavi Hernandez. Em um ano onde nenhum jogador foi acima da média (seja em seu clube ou na seleção), nada mais justo do que premiar pelo conjunto da obra. E se tem alguém com uma obra e tanto é o Xavi. 1 Copa do Mundo, 1 EuroCopa, 5 títulos do Espanhol, 2 Champions League, 3 Supercopa da Espanha, 1 Copa do Rei, 1 UEFA SuperCup e 1 Mundial de Clubes da FIFA tá bom pra vocês?!



“O menino Xavi ficava parado no meio de campo e os adultos estranhavam esse comportamento. Certo dia seu pai lhe perguntou:

- Filho, porque você está aí parado e não vai ao ataque como os outros meninos?’

Xavi, com 5 anos de idade, respondeu:

- Porque se eu não estiver aqui, a bola não chega até lá’.”
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O futuro do futebol

Eu tinha prometido, em uma das edições do nosso programa Futebol e Mulher, fazer um post sobre alguns escândalos envolvendo jogadores de futebol. Até comecei a escrever, mas o assunto rende muito mais do que eu imaginava e resolvi pesquisar um pouco mais pra trazer algo completinho.

Porém, como eu tô bem em falta com o blog, achei legal botar na roda um assunto leve, tranquilo de debater e cuticuti. Sim, cuticuti.

O Futebol e Mulher sempre se orgulhou de comentar não só os aspectos táticos envolvidos no futebol, como também o lado “humano” desse esporte. E nada mais humano do que falarmos sobre os herdeiros desses homens que deixam a gente feliz, triste ou com muita raiva.

Pra deixar esse domingo de clássico um pouco mais fofinho, apresento a vocês uma lista das crianças mais famosas do mundo do futebol.

- Damian van der Vaart

Damian é filho do holandês Rafael van der Vaart com a modelo Sylvie, considerada um das wags mais famosas (e bonitas) do mundo do futebol. A família, que morava em Madrid, se mudou pra Londres, já que o vice-campeão da Copa do Mundo acertou sua transferência para o Tottenham, no apagar das luzes da janela desse meio de ano.

Eu não acho que o Damian (fiz a íntima agora) seja a criança mais fofa, mas ele tem um cara marota que eu acho muito legal.

- Lilly-Ella e Lexie Gerrard

As duas meninas loirinhas são as filhas do capitão do Liverpool e da seleção inglesa, Steven Gerrard, com a também inglesa Alex Curran. O meia-trintão-caradepríncipe afirmou, em sua autobriografia (obrigada, Marcella, pelas informações) que o mais próximo que chegou de chorar de emoção foi no nascimento da sua primeira filha, Lilly-Ella. Ok, Gerrard, a gente entendeu que você guardou todo o seu sentimento pra outro momento.

Se tem uma coisa que não podem levantar suspeita (se é que algum dia levantarão), é que essas duas não são filhas do Gerrard e da Alex. Não poderiam ser mais a mistura dos dois.

- Summer e Georgie Terry


John Terry, queridinho da Marcella e capitão do Chelsea, é o pai desse casal de gêmeos. Os dois até são bonitinhos, embora sejam a cara da mãe, Toni Poole, que eu não acho a wag mais bonita do mundo.

O mais legal dessa família é o fato dos filhos do Terry amarem futebol e sempre pedirem pra ser o Messi quando brincam com o pai.

- Grecia Reina


Filha do goleiro Pepe Reina, Grecia entrou nessa listinha por causa do nome diferente e das melhores fotos “pai e filha” que ela tem. Vocês concordam comigo né!?

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Infelizmente, a genética não é tão generosa e algum dos nossos queridinhos não tem os filhos mais bonitos do mundo. Eles (e elas) até são fofos, bonitinhos, mas a gente pode notar que não herdaram todos os atributos dos pais.

Nem tudo é perfeito né?!

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HÁ, você achou que eu tinha esquecido dos três bebês mais fofos, bonitos e cuticuti do futebol? NÃO. Aqui estão eles.

- Arthem e Yana Arshavin


Os descendentes de Andrey Arshavin, atacante do Arsenal e da seleção russa, são umas crianças lindas, fofas e que ainda tem um pai estilista. Sim, isso mesmo que você leu: Arshavin, além de ser um dos melhores atacantes do mundo, é formado em design de moda, além de campeão de boxe quando era mais novo. E quando não tem nada pra fazer, ele ainda responde perguntas dos fãs no seu site.

Com um pai cool como ele, esse casalzinho não podia ficar fora da nossa lista.

- Nora Torres


Eu sou suspeita pra falar. Torresmo (fiz a íntima [2]) é meu xodó. E a filha dele não poderia ser diferente. Além de ser igual ao pai, ela tem aquela cara de criança sapeca, espertinha toda vida.

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Pra encerrar, algumas menções honrosas:

Ah, vai... Eles são engraçadinhos...
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Panorama: UEFA Champions League 2010/2011



O dia 16 de setembro marcou a largada para a 56ª edição do torneio mais glamuroso e turbinado do mundo do futebol: a UEFA Champions League. Foi apenas a primeira rodada da fase de grupos, que em geral não costuma reservar grandes emoções para os torcedores, admiradores e simpatizantes. Mas a temporada não engrena enquanto o hino da Champions League não estiver sendo ouvido nos gramados, até dos estádios mais sombrios e undergrounds (porque faz parte), da Europa.

Enquanto esperamos pelos confrontos de mata-mata, onde os confrontos mais aguardados do ano acontecem, o Futebol&Mulher, é claro, vai analisando as batalhas grupais por uma vaga na próxima fase do torneio, que em 2010 terá sua final em um dos grandes templos sagrados do futebol, o estádio de Wembley, na Inglaterra.


Grupo A

A surpresa dos primeiros confrontos do grupo A ficou por conta do empate em casa entre a atual campeã Internazionale e o modesto campeão holandês Twente. Em um grupo considerado um dos mais difíceis da primeira fase, com Tottenham e Werder Bremen completando o quadro, um empate em casa contra aquele que é teoricamente o elo mais fraco do grupo foi um péssimo resultado para os defensores do título. Natural que a Inter enfrente alguns problemas nesse início de temporada por conta da troca de técnicos: saiu o português José Mourinho, chegou o espanhol Rafael Benítez. Todo início de trabalho tende a ser no mínimo ligeiramente atribulado, enquanto técnico e jogadores buscam entrar em um acordo quanto à melhor maneira de encaixar. O que ainda não muda o fato de que a Inter teve um resultado decepcionante, que se soma a um começo não muito empolgante também no campeonato italiano. Para os mais supersticiosos, a Inter também não começou empolgando no ano passado, mas o empate, também no San Siro, foi contra o todo poderoso e então campeão Barcelona. Fator atenuante, não?

No outro jogo do grupo, os londrinos Spurs, estreantes na fase de grupo da Champions, começaram em ritmo alucinante contra os alemães em Bremen, com dois gols em 18 minutos e atuações excitantes de alguns jogadores, em especial do recém-chegado Rafael Van der Vaart, chutado do Real Madrid pelas novas contratações. Mas o Tottenham não conseguiu manter o ritmo até o final e viu sua empolgante vitória transformar-se naquele clássico empate com sabor de vitória, mantendo o grupo A absolutamente even.

Palpite: A Inter vai, obviamente, avançar de fase, nem que seja com mais sofrimento do que o estritamente necessário. Eu gosto do trabalho do Rafa Benítez e acho que ele tem condições de manter o espírito vencedor deixado pelo Mourinho. É um técnico menos amigo da garotada e mais pure business, o que não costuma fazer sucesso logo de imediato entre os atletas, especialmente quando seu antecessor era idolatrado por todos e deixou uma bela herança em forma de troféus. Mas com o tempo ele irá provar sua capacidade através do trabalho, não muito diferente do que aconteceu no Liverpool. Difícil pensar que a sensacional conquista dos Reds na primeira temporada de Rafael Benítez na Inglaterra irá se repetir, mas o elenco da Internzionale é, discutivelmente, melhor do que aquele do Liverpool campeão em 2005, além de basicamente o mesmo das temporadas passadas. Dá pra supor que, pelo menos em tese, o Rafa terá menos trabalho na Itália do que teve na Inglaterra. Dou meu voto de confiança.

O segundo classificado será, na minha singela opinião, o Tottenham. Apesar do começo fraco no campeonato inglês, os Spurs são um time extremamente competente e bem arrumado, bem encaixado, e já provou o que pode fazer. Travou uma batalha contra o multimilionário City na temporada passada pela 4ª vaga na Champions e venceu. Conta com jogadores habilidosos como Gareth Bale, em ótima fase, e Giovani dos Santos, garoto prodígio do México que ainda não convenceu na Inglaterra mas deu muito trabalho às defesas adversárias na Copa do Mundo. O folclórico Peter Crouch vem fazendo a sua parte e a chegada de Van der Vaart e Sandro, ex-Inter, dão ainda mais qualidade (e credibilidade) ao time bem treinado por Harry Redknapp (vulgo tio do Lampard). Defoe fará falta, mas ainda acho que os Spurs tem total condição de superar o Werder Bremen, que perdeu seu menino de ouro, Özil, na briga pela segunda posição do grupo.


Grupo B

Confrontos não muito empolgantes marcaram os primeiros confrontos do Grupo B, entre times que amargam péssimos inícios de temporada nos seus respectivos campeonatos nacionais.

Benfica e Hapoel Tel Aviv se enfrentaram no Estádio da Luz, em Lisboa. Apesar da tranquila vitória por 2x0, o futebol pouco convincente que se repete rodada após rodada no campeonato português fizeram com que a torcida vaiasse o time. O Benfica perdeu suas duas maiores jóias nessa temporada, e grandes responsáveis pelo bom futebol da temporada 2009-2010: Angel Di María, que se transferiu para o Real Madrid, e Ramires, ex-Cruzeiro, que fez as malas rumo ao Chelsea. Sem grandes contratações, os benfiquistas ficaram decepcionados por ver a oportunidade de fazer uma boa campanha na Champions League, aos moldes do rival Porto, que foi campeão em 2004, ir por água abaixo.

Mas talvez o outro jogo tenha servido de consolo, pelo menos momentâneo, para os gajos da Águia de Lisboa. O Schalke 04, para não perder o ritmo alucinante com que vem sendo derrotado jogo após jogo no segundo demestre de 2010, perdeu mais uma para o Lyon, em Lyon. O magro 1x0, gol do queridinho do Dunga Michel Bastos, poderia até ter sido melhor. Não que o Lyon tenha feito uma partida brilhante, mas foi superior aos rivais durante quase toda a partida.

Palpite: Lyon e Benfica devem se classificar para a próxima fase; o Lyon com mais tranquilidade, o Benfica brigando um pouco com o Schalke. Eu até poderia apostar no Schalke, mas o começo dos alemães está sendo tão ruim que eu estou completamente desiludida. Em vez disso, sigo minha preferência particular na hora da aposta, vou de Benfica.


Grupo C

O United, em meio à crise particular de Wayne Rooney, viu os escoceses dos Rangers arrancarem um amargo empate em pleno Old Trafford. Um chato 0x0 que sequer dá muito o que falar, pelo menos em termos de futebol. Se o jogo em si foi pouco memorável – o United com modificações que mataram seu jogo normalmente fluído e os Rangers com uma defesa que mais parecia um muro plantado no seu lado do campo – a terrível imagem da lesão do equatoriano Antônio Valencia correu o mundo. O jogador ficará afastado dos gramados por pelo menos seis meses por conta da fratura no tornozelo. O empate sem gols é ainda mais frustrante para Sir Alex e sua turma porque os Rangers foram o time que mais sofreu gols na última edição da Champions League. O único ponto positivo da partida foi o retorno do capitão Rio Ferdinand, afastado desde maio dos gramados.

Já entre o Bursaspor, da Turquia, e o Valencia, o que não faltou foi gol. Mesmo depois das consideráveis perdas de alguns dos seus jogadores mais importantes, como sua dupla dinâmica de Davids, Silva e Villa, e os zagueiros Alexis Ruano e Carlos Marchena, o Valencia vem pisando fundo, pelo menos neste comecinho de temporada. Lidera a liga espanhola ao lado do Atlético de Madrid e fez nada mais, nada menos do que 4 gols jogando na casa do adversário na rodada de abertura do Grupo C da Champions League.

Palpite: United e Valencia avançam. Simples assim.


Grupo D

A vitória do patinho-mais-feio do Grupo D, Copenhagen, sobre os russos do Rubin Kazan (1x0 na Dinamarca) não valeu mais do que uma menção honrosa nos noticiários esportivos depois do espetáculo dado por Messi e seus amigos na goleada de 5x1 do Barcelona sobre os gregos do Panathinaikos. Não foi apenas a forma física e prática do abismo gritante de qualidade entre aquele que é considerado (com razão) o melhor time do mundo e um adversário infinitamente inferior. Foi um show. E um todo especial por parte do argentino Lionel Messi, que fez de tudo e mais um pouco. Com dois gols do argentino (que ainda perdeu um pênalti), um de David Villa, um de Pedrito e um de Daniel Alves, fechando a goleada já nos acréscimos, os catalães enviaram uma mensagem muito clara para todos os outros postulantes ao título: só por cima dos nossos cadáveres.

Palpite: Precisa mencionar o Barcelona? Não, né? Então tá. O que já era covardia sofreu um agravante com a chegada de David Villa. Só para facilitar a vida dos catalães um pouco mais, ainda caíram em um grupo entediantemente chato. Pelo menos nos dará a possibilidade de ver Messi, Xavi, Villa e Iniesta em ritmo de treino. A segunda vaga, por outro lado, é difícil de prever. Mas eu vou de Rubin Kazan, apesar da derrota de estreia.


Grupo E

Nada além do esperado para os gloriosos integrantes do Grupo E.

Basel e Cluj fizeram o que deve ter sido o jogo menos assistido da primeira rodada da Champions League. Certamente o mais desinteressante. O resultado final foi uma vitória por 2x1 dos romenos, e só.

Já no outro e muito mais interessante duelo entre o finalista de 2009/2010, Bayern de Munique, e a Roma, os alemães demoraram, mas acabaram levando com justiça pelo tranquilo placar de 2x0, jogando na Allianz Arena. O primeiro gol, uma obra prima da revelação da Copa do Mundo, Thomas Müller; o segundo foi marcado pelo artilheiro que renasceu no mundial, Miroslav Klose. Depois de uma temporada fraca, cheia de desconfiança e ter visto sua convocação para a Copa contestada pela torcida alemã, Klose calou os cornetas no Mundial e voltou com tudo para mais uma temporada.

Palpite: Bayern e Roma são, obviamente, os grandes favoritos. Os alemães, aliás, candidatos a mais do que apenas avançar de fase. E os italianos, apesar de uma vida que começa tensa em 2010/2011, devem conseguir superar os outros dois concorrentes, mesmo que com algumas emoções aqui e ali.


Grupo F

Os campeões franceses, Marseille, começaram mal a Champions League com uma derrota em casa para o Spartak Moscow (gol contra do jogador que leva o prêmio pelo nome mais original da competição: Azpilicueta). O Marseille bem que tentou, e o Spartak teve de se segurar no segundo tempo, mas as finalizações incompetentes e uma boa atuação do goleiro russo garantiram o triunfo no retorno do Spartak à competição após quatro anos de ausência. Destaque para as participações de Alex, ex-Internacional, e Ibson, ex-Flamengo.

A molezinha ficou por conta do jogo sonolento em que o Chelsea, cheio de reservas, venceu o estreante Zilina da Eslováquia por 4x0, gols de Anelka (duas vezes, e aproveitando para dar uma cutucada na federação francesa), Essien e Sturridge. Foi fácil demais. Mas pelo menos John Terry estava lá pra distrair do tédio. Sempre bem vindo.

Palpites: Mais dia, menos dia, o Chelsea vai acabar levando a Champions League. Não é o melhor time, mas não deve muita coisa pra ninguém. Não tem a plasticidade quase surreal do Barcelona, aquela coisa que dá uma sensação quase que de nostalgia ao ver jogar, mas pra mim tem um dos jogos mais sensacionais do mundo. É um time rápido, forte, extremamente inteligente, mortal e com jogadores monstrinhos. É uma base fortíssima que vem junta há algumas temporadas, e, como eu disse, mais cedo ou mais tarde a hora deles vai chegar. Difícil fazer previsões quanto ao título tão cedo na temporada, mas nada complicado saber que o Chelsea vai passar com glórias para a fase de mata-mata.

Meu segundo lugar fica com o Spartak Moscow. Se não por absoluta convicção, por pura preferência. Sempre gostei muito do Alex, gostaria de vê-lo na próxima fase. E sei que a Maria Luiza concordaria comigo. Ibson, né? ;D


Grupo G

Ahh, o grupo da morte. O grupo dos 20 títulos europeus. O grupo do pobre do Auxerre. Ahh, grupo G! O que seria da Champions League se você não acontecesse?

Para dizer bem a verdade, eu ainda acho o grupo A mais verdadeiramente mortal do que esse, mas tem de se respeitar essa quantidade toda de vencedores. O jogo entre Real Madrid e Ajax, por exemplo, reuniu nada menos do que 13 títulos em campo. Uma pena que os holandeses já não estejam mais vivendo seus tempos gloriosos há alguns bons anos. O 2x0 desta partida ilustra perfeitamente aquilo que é chamado de “placar mentiroso”. Foi um verdadeiro massacre por parte dos espanhóis, com 15 chutes certos para o gol (33 no total) contra apenas 1 do Ajax (8 no total). Para sermos justos, o Ajax não contou com seu grande artilheiro Luís Suarez, aquele tipo que realmente carrega o time nas costas. Suspenso, o uruguaio de agora fama internacional ficou de fora, e assistiu a um show de Di María, Higuaín (dono dos dois gols da partida, e finalmente destaque no site da UEFA – ufa!), Özil e Cristiano Ronaldo, que bem que tentou, mas não conseguiu deixar o seu. Destaque também para o lateral esquerdo Marcelo, com grande atuação. O Ajax deve ter voltado para casa satisfeito por não ter levado uma goleada histórica, e deve isso muito à belíssima atuação do goleiro Stekelenburg, que foi, na minha opinião, o nome do jogo.

O outro mortífero do grupo G, AC Milan, enfrentou o coitado do Auxerre, na Itália, e finalmente deu ao seu torcedor a oportunidade de ver seu novo ataque dos sonhos funcionando. Se a partida não foi assim um primor, a eficiência de Ibrahimovic por si só resolveu o problema. Dois gols, um deles com uma belíssima assistência de Ronaldinho Gaúcho. O nome Ibradinho já começou a tomar conta das manchetes em Milão. Um pouco Brangelina demais para o meu gosto, mas dá pra compreender. Ao contrário da arqui-rival Inter, o Milan começou muito bem sua caminhada no seu tenebroso grupo.

Palpite: Acredito que 16 títulos da Champions League passarão para a próxima fase saídos direto do grupo G – nove do Real Madrid, sete do Milan. E só para não esquecer: o primeiro confronto entre Real Madrid e Milan acontece no Santiago Bernabéu, no dia 19 de Outubro. Marquem seus calendários!


Grupo H

Last but not least, o grupo H encerra nossa análise da primeira rodada trazendo uma belíssima goleada. O Arsenal enfrentou o Sporting Braga em Londres e, contrário ao de muitos palpites que davam conta de um jogo difícil para o sempre jovem time de Arsène Wenger, o Arsenal, mesmo com os costumeiros desfalques, aplicou um sonoro 6x0 sobre os portugueses (do goleiro Felipe, ex-Corinthians, dentre outros 768 velhos conhecidos da torcida brasileira, como Márcio Mossoró, Leandro Salino, Léo Fortunato, Moisés, Lima e Élton (claramente quem apostava em dificuldades para o Arsenal não acompanha o Campeonato Brasilerio. Chega a dar vontade de rir). Partidaça do capitão Cesc Fàbregas, desfile em campo de Andrey Arshavin e o bom retorno de Nasri. O mexicano Carlos Vela e o marroquino Marouane Chamack completaram a goleada.

Costumeiramente o Arsenal tem sorte no sorteio dos grupos, e novamente é o que parece ter acontecido. Do outro lado se enfrentaram Shakhtar Donetski e Partizan Belgrado. Vitória dos ucranianos, que contam com os brasileiros Luiz Adriano, ex-Inter, Douglas Costa, ex-Grêmio, Willian, ex-Corinthians, Alex Teixeira, ex-Vasco, e Fernandinho no elenco. Este último afastado dos gramados por uma fratura na perna.

Palpites: Arsenal, com todas as honras, e, espero eu, para brigar pelo título. Mais do que nunca, depois de ter de ouvir jogadores mal-educados do Barcelona se achando os donos da razão criticando seu trabalho de anos, o vovô Wenger quer conquistar um título importante para mostrar que o seu olho biônico para revelações também pode render prata. Somente uma boa campanha será capaz de segurar Fàbregas em Londres, e com a final acontecendo no Wembley, um triunfo europeu em 2011 seria o supra-sumo das maravilhas (lembrando que nenhum time londrino venceu uma Champions League). Chamack parece ser exatamente aquela última peça que faltava para o time engrenar (muito melhor do que o inconstante dinamarquês Bendtner, que ainda reforça o poderoso departamento médico dos Gunners), e, se conseguir se manter livre de contusões (sempre a dor de cabeça), o Arsenal tem tudo para mostrar que está amadurecido o suficiente para brigar como gente grande. Que o time é sensacional não há dúvida, e que a mente por trás do mesmo é genial, menos ainda. Como meu glorioso Liverpool fez questão de ficar de fora esse ano, deixo aqui minha torcida para os Gunners, não por simpatizar com o clube, mas porque acho o Wenger um génio, e ele não merece ficar ouvindo desaforo que as crianças mimadas do Barcelona disseram a torto e a direito durante o verão. Wenger >>>>>>>>>>>> Barcelona. Admiro muito a estratégia dele, e existem pouquíssimos treinadores no mundo com um olho tão bom quanto o deste senhor para pin-point de jogador, se é que tem alguém. Por isso, go, go Arsenal!

Em segundo lugar, apostarei no Shakhtar. Tá sempre por aí mesmo.





A próxima rodada da fase de grupos da UEFA Champions League começa no dia 29 de Setembro. Destaque para os embates entre Internazionale e Werder Bremen, Valencia e Manchester United, Chelsea e Marseille e Roma e Cluj (q?). Estaremos de olho! ;)
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Troféu Zambrotta de Desastre Fashion e Troféu Mario Gomez Fashion Show

Fama, dinheiro, as mulheres mais bonitas do mundo e convites para os eventos mais badalados. Tudo isso faz parte da rotina dos jogadores de futebol, que acabam passando quase tanto tempo diante das câmeras dos paparazzi quanto dentro de um campo de futebol – e é aí que, para a maioria deles, começa a nascer o problema. Enquanto usando os uniformes dos seus clubes, no conforto dos gramados e com a bola de futebol como único acessório, os jogadores-estrela costumam acertar mais do que errar. Mas quando chega a hora de escolher o visual para se exibir para fãs e famosos do mundo inteiro, é furada atrás de furada.

Mas por que será, afinal, que jogador de futebol tem que ser tão brega? Seriam os seríssimos deslizes cometidos por eles a prova definitiva de que existem coisas que nem todo o dinheiro do mundo pode comprar? Bom gosto, por exemplo.

E já que nós não estamos aqui para analisar somente o que acontece dentro das quatro linhas, o Futebol & Mulher preparou um especial sobre o estilo dessas criaturas iluminadas.

Então, luz na passarela!


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Foi difícil escolher o maior merecedor do Troféu Zambrotta Fashion Show, com tantos competidores empenhados em merecer esta honra. Obviamente o próprio Zambrotta não pode concorrer, porque depois disso aqui ele virou hours concour. Mas finalmente chegamos a uma lista do Top 5 Sai-Correndo!

Na 5ª colocação, aquele que é um dos homens mais cobiçados da Espanha, mas cujo armário pede arrego toda vez que o dono vai às compras. San Iker Casillas não é só uma unanimidade no gol espanhol, mas também nas listas dos mais mal vestidos do mundo da bola. Não perde uma!

Desastres da moda são comuns quando Casillas está envolvido. Nem mesmo a namorada, a repórter Sara Carbonero, consegue colocar o rapaz na linha.

Chinelo e bermuda num jantar romântico, Iker?

Casillas se empenha tanto em merecer o Troféu Zambrotta que consegue avacalhar até mesmo com as camisas de estampa xadrez que fazem tanto sucesso com alguns dos seus companheiros de seleção.



Ainda bem que você é um mago sob as balizas, Casillas.



Na disputadíssima 4ª posição, nada mais, nada menos que o matador espanhol David Villa, terror dos goleiros e dos estilistas.




É, Villa, não adianta olhar de cara feia não. Você sabe que merece.

Se aquela barbichinha não é o suficiente para denunciar que fora do belíssimo uniforme da La Roja o glorioso Villa não leva muito jeito pra vida de modelo, não é preciso ir muito longe para achar pérolas como essa:


Nagorearanburu mangalô três vezes!


Até mesmo na hora de escolher sua roupa de banho, El Guaje parece ficar um pouco confuso.


Não podia ter apostado no pretinho básico como o coleguinha Pepe Reina, David?

E é por combinações de cintos, fivelas, camisas para dentro da calça e calças apertadas demais, como essa:



E essa:

Silva e Albiol estão chocados com o modelito.

... que David Villa leva a gloriosa 4ª posição do Troféu Zambrotta. Pode ficar feliz, David, ainda tem gente pior que você!




Com a medalha de bronze mais dourada da história, o inglês mais errado que o mundo já viu, Frank Lampard.

Os ingleses são conhecidos por seu estilo sóbrio e elegante. Ternos e sobretudos são especialidade britânica. Ninguém consegue vestir um pretinho básico com tanto charme quanto os rapazes da terra da Rainha.

Exceção feita, claro, a Frank Lampard.



Eu particularmente sou da opinião de que ternos jamais deveriam brilhar. Tem gente que até consegue sustentar um prateado (estou olhando pra você, Jamie Redknapp), mas isso provavelmente exige um nível de classe que não é qualquer um que atinge (nem mesmo se for da mesma família).

O estilo de Frank Lampard já é tão batido que as revistas de moda e blogueiras de plantão já até desistiram de tentar sinalizar pro rapaz que ele está fazendo errado. E ele segue feliz com a sua obsessão pela cor rosa e shortinhos excessivamente curtos.


Os shortinhos curtos eu até que aprovo, viu?


Like a boss!


Lampard é tão merecedor da nossa premiação que parece ter problema até com a peça mais básica da história: o jeans.
























É, Lampard. Escorregar na calça jeans é imperdoável. Caso de buscar ajuda profissional. Mas enquanto espera, bem que ele podia fazer umas ligações pro priminho, né, não?


Acho que o Jamie pode te dar umas dicas.

















O desempate entre o segundo e o primeiro lugar foi nos detalhes, mas esses dois até que poderiam dividir o pódium, porque sinceramente…

Em 2º lugar, Sérgio Ramos e suas madeixas ora castanhas, ora levemente douradas, e agora mais curtas (e mais bonitas, diga-se de passagem).


O gosto do Sérgio Ramos por calças coloridas (hoje em dia tão chamadas de 'jeans Restart', mas que, na minha época, se chamavam 'calças Tiririca') é no mínimo duvidoso.




A predileção por estampas duvidosas e botões demais abertos (por mais que a vista não seja desagradável) dão a ele aquela carinha de malandro chicano, de quem vai te tirar pra dançar um forró numa gafieira em Itaboraí ou numa festa de peão em Barretos. Garotão.


“Nem adianta falar da minha camisa, Reina. Nem vem."


Até quando tenta apostar no simplesmente chic, Sérgio Ramos acaba deixando seu instinto tomar conta.

Quase lá, Ramos, quase...




Terno branco não, Ramos...



E é com esse espírito Tô-Partindo-Pro-Show-Da-Claudinha-Leitte que o Sérgio Ramos agarra a nossa medalha prateada.



Nosso primeiro lugar não abre mão de ser primeiro lugar nunca, e não esconde a chateação quando perde. Ai de nós de recusar a ele a honra de conquistar este troféu pelo qual ele trabalhou com tanto afinco através dos anos!

Cristiano Ronaldo, diva número 1 dos gramados, O Troféu Zambrotta é seu!


Casaquinhos brilhosos e topetinho last year são marcas registradas deste gajo. Não vou nem comentar os brincos de diamante, porque ostentar esse acessório já virou praticamente condição para afirmar-se enquanto boleiro. É a primeira coisa que eles compram quando recebem o primeiro contra-cheque da carreira, e não precisa nem ser um contra-cheque igual ao do Cristiano Ronaldo. Aqui no Futebol & Mulher nós damos pontos extras para os jogadores que mantem suas orelhas virgens, marca de personalidade.

Acessório muito menos comum no mundo da bola são as flores atrás da orelha.


Seria até uma coisinha engraçadinha, não fosse o conjunto da obra. Além de tudo, o boné é personalizado. CR7. ... Ok.


A gente até se pergunta, de vez em quando, se todas as críticas que o Cris recebe pelo seu estilo, uhn, peculiar, não seriam um pouquinho exageradas. I mean, jogador de futebol nasceu só pra jogar bola e, no máximo, participar daquelas campanhas de marketing onde outras pessoas são muito bem pagas pra vesti-los (ou despi-los). É breguinha, mas podia ser pior, não podia?










Ele mesmo trata de responder essa questão.

Uma bela manhã, o cidadão acorda, vai até seu closet (certamente maior que o meu apartamento inteiro), olha pela janela e vê o sol brilhando lá fora, e pensa ‘Hmm, acho que vou sair de mini-short prateado hoje para mostrar ao mundo o meu bronzeado cancerígeno!’


Sempre pode ser pior. E se tem uma valiosa lição que podemos todos aprender com Cristiano Ronaldo é que jamais devemos subestimar a falta de critério do ser humano na hora de montar o seu armário.


Encerramos a discussão.

Pode comemorar, Cristiano Ronaldo! Aqui não tem Kaká nem Messi pra colocar água no seu chopp! O Zambrotta é todo seu!

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David Villa aprova.

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Mas nem tudo é tristeza nesse mundo da bola! Para não encerrarmos nessa onda de desespero fashionista total, e para provar para os nossos 5 colocados no Troféu Zambrotta (o próprio já é um caso perdido) que é, sim, possível fazer bonito nas passarelas da vida mesmo se você é um jogador futebol, decidimos fazer uma listinha dos mais bem vestidos. Fazer um top 5 dos jogadores mais elegantes é muito mais simples do que o contrário; as opções são tão poucas que basicamente só tivemos de colocá-los em ordem.

Então, para deleite das nossas leitoras e dos nossos leitores, hora do Troféu Mario Gomez, aquele que vai para o jogador mais fashun do mundo.


Abrindo o nosso ranking, na digníssima 5ª posição, o pequenino David Silva.

De vez em quando ele fica um pouco confuso.



David Silva mostra que tamanho não é documento para a elegância. Apostando sempre no simples, o japonesinho das Ilhas Canárias não escorrega na paella.






Parabéns, Silva! Nosso 5° lugar está em boas mãos (Ô).



Tem gente que pode se embrulhar em pano de prato, colocar escorredor de macarrão na cabeça e chamar de chapéu e ainda vai parecer a coisa mais maravilhosa do universo. Infelizmente, são poucos esses exemplares. Mas de vez em quando Deus resolve sacanear o resto da humanidade com umas tsunamis de baixa-estima e depressão ao colocar para andar entre nós, meros mortais, pessoas como Yoann Gourcuff, nosso 4º colocado.





Dono dos cílios mais cobiçados do mundo, chega a ser difícil apontar defeitos nesse francês que, de acordo com os colegas de seleção (se é que se pode chamar aquilo de colegas), além de bonito é educado, culto e refinado. Tudo aquilo que todas as mães do mundo pediram a Deus.










Não tem nem graça falar do Gourcuff. Qualquer que seja a ocasião, esse francês consegue estar sempre elegante. Até mesmo em peças que você sabe que mais ninguém conseguiriam fazer funcionar. Como essa blusa:


É ou não é um fenômeno?









Na 3ª posição, o Captain Fantastic do Liverpool FC, Steven Gerrard, um inglês que orgulha a pátria na catwalk.



Ele já foi até eleito o homem mais bem vestido da Inglaterra, e atribuiu seu sucesso no mundo fashion não à sua esposa, que tem uma coluna (duvidosa) sobre moda em uma revista inglesa, mas sim ao seu BFF e companheiro de equipe Jamie Carragher. Então uma salva de palmas ao Carra, que trata de colocar o garotão aí nos trilhos.



Seja modelando para revistas, comerciais de TV ou simplesmente saindo de uma boate, Stevie G raramente é pego no flagra pelos paparazzi do mundo da moda. Ele definitivamente abandonou o passado ligeiramente comprometedor e resolveu adotar o estilão Papai É Chique. Tanto que ele aparece bem até mesmo através das lentes de câmera de circuito interno de pubs.














Thumbs up pro Stevie G!




No aguardadíssimo 2º lugar, um rapaz que poderia facilmente merecer o ouro. Mas desde que trocou os ares de Liverpool pelo calor de Madrid, ele vem desapontando, e por isso mereceu uma reconsideração. As andações ao lado de Sérgio Ramos claramente não vem fazendo bem ao seu senso fashion, sempre tão aguçado, e rendem coisas assim:

Gola levantada, Xabier?


Talvez o Carragher também fosse o consultor de moda do nosso segundo colocado, Xabi Alonso.

Barba ruiva de lado, Xabier Alonso gosta de mostrar que tem estilo. Suas camisas com estampas xadrez e modelitos descolados são para deixar qualquer fashionista com inveja – afinal, também não é qualquer um que consegue preencher as roupas tão bem quanto ele.

Xabi mostra um profundo conhecimento do mundo fashion na hora de combinar o sweater com a camisa xadrez. Sucesso.


Até quando aposta no básico dos básicos, com calça jeans e camisa lisa, o rapaz brilha.



Ele desliza também...



Até hoje permanece um mistério para o mundo o que se passava na cabeça de Xabi Alonso quando ele decidiu que o-que-quer-que-isso-seja era um item interessante para se ter no guarda-roupa.

Mas são apenas lampejos em uma carreira brilhante como representante desta rara categoria: a dos jogadores de futebol que sabem se vestir.






Rezemos para que o estilo Madridista de ser não influencie esta criatura iluminada, nosso orgulhoso medalha de prata.


Em primeiríssimo lugar, aquele que vira a cabeça de Mario Gomez:

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Bastian Schweinsteiger, o alemão que desfilou categoria no meio-de-campo de sua seleção durante a Copa, desfila elegância e personalidade quando resolve passear fora dele.



Wow, wow, wow de fato! Descolado e moderninho, este simpático rapaz entende mesmo o que é fashun, e além de levar sempre a modelo Sarah Brandner à tira-colo, ainda chama atenção por não fazer a moça passar vergonha. Especialmente desde que decidiu abandonar o estilo Thiago Neves de ser e parou de pintar o cabelo, Schweini, como é chamado pelos alemães, Schweinsteiger é só alegria.



Seja com um visual mais à vontade, ou mais formal, ou até mesmo trajes típicos, Schweinsteiger é, com certeza, o jogador de futebol mais estiloso do mundo (depois de David Beckham, é claro, que por motivos óbvios não entra na nossa lista - o Beckham já está em um patamar em que ele tem de ser considerado café-com-leite, ou então fica injusto para os outros competidores e sem o fator surpresa para os nossos leitores, não é verdade?).

Então palmas para o Schweini, porque ele merece.







E é isso! Nada contra os breguinhas da nossa lista e nenhuma preferência especial (ahem) pelos cinco arrumadinhos. Desde que eles joguem seu futebol e contribuam para bons espetáculos em campo, estamos de bem com todo mundo! Mas que algum deles podiam ouvir umas dicas de um dos nossos cinco colocados no Troféu Mario Gomez, ah podiam...




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